Olha, eu já li e ouvi tanta coisa inteligente sobre beneficiar mel de meliponíneos, mel in natura, mel podre, mel estragado, mel gostoso e por aí a fora. Eu particularmente prefiro o mel quando tirado na hora, é muito bom.
Mas quando eu preciso coletar, guardar e depois enviar para a minha Mãe no Rio de Janeiro, prefiro que esse mel esteja dentro dos limites e normatizações indicando que, com mais de 20% de umidade, pode fermentar, estragar na verdade.
Aí conheci uns caras legais da APILANI. Eles ganharam prêmios com a construção de um desumidificador a frio, bem legal. É caro, é. Mas é mais barato do que muitos carros dos projetos usados por pesquisadores, extensionistas, e o pessoal em geral que trabalha com abelhas nativas. Aí eu fiz o obvio, compramos um desumidificador e o mel não estraga.
Mas se vc é daquela turma que vende o mel no pé da colmeia, que pena que só alguns poucos sortudos vão ter esse mel, já a nossa turma pode comprar mel de meliponíneos com validade de 2 anos. Aí vão encher o saco de que o mel não fica com o mesmo gosto. Verdade, até porque quando vc colhe o mel e toma na hora, é mais gostoso do que o mesmo mel amanhã.
Por conta disso a meliponicultura anda a passos bem lentos, enquanto tem a turma do deixa estragar ou vende no pé da colmeia, tem outra turma que faz igual a todos, desumidifica para todos terem acesso a um bom produto. Olha que deseumidificador foi inventado para qualquer mel, na verdade para mel de abelhas com ferrão, com umidade acima de 20%, não foi inventado para mel de meliponíneos.
Está o link: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/99/comentario.htm
Comentário
Mel de Meliponíneos atende "SIM" aos parâmetros da atual Instrução Normativa do Ministério da Agricultura.
Com o objetivo de tornar ainda mais forte a cadeia produtiva da Meliponicultura, com M maiúsculo, um simples evento pode mudar os rumos da Meliponicultura. Enviamos uma amostra de mel de meliponíneos desumidificado para a UNESP - Campus Rio Claro - SP, obrigado Dr. Malaspina, e o resultado final das análises coloca o mel de meliponíneos dentro dos parâmetros exigidos. Anexo laudo UNESP. Onde estavam os erros anteriores; é que todas as amostras analisadas foram de mel in natura, ou seja, o mel não foi desumidificado e nem filtrado adequadamente. A nossa amostra, por exemplo, o índice de sólidos insolúveis está acima do permitido, por conta do referido lote beneficiado teve como objetivo principal funcionar pela primeira vez o desumidificador e não nos preocupamos em filtrar com elemento filtrante de 60 microns, como fazemos agora. Desumidificar mel não foi inventado para mel de meliponíneos e sim para mel de abelhas de ferrão, para atender os 18% para exportação e os 20% para o mercado interno, já que todos nós sabemos, é só consultar algumas revistas Mensagem Doce que trás análises de mel, que mel de abelhas de ferrão tem umidade variada e algumas das vezes acima dos 20% e para deixar méis acima de 20% de umidade no padrão, precisa necessariamente desumidificar ou misturar a lotes de umidade muito baixa, para na média, atender os 20%. Então nada dessa paranóia de que desumidificador é coisa de outro mundo. É como falei para o Prof. Dr. Paulo Nogueira-Neto ao telefone "O melhor é que o Fernando Oliveira não inventou nada, apenas encaminhei para análise uma amostra de mel de meliponíneos desumidificado". Minha ética termina, minha paciência termina, quando percebo que estão sendo ultrajados os direitos das mais de 300 Famílias Meliponicultoras que por conta de "pequenices" perdem o direito ao trabalho e renda com a produção de mel de meliponíneos. Um abraço carinhoso para os amigos, Paulo Nogueira Neto, Warwick Kerr e o companheiro Waldemar Ribas que não se deixa prostituir e mantém firme a missão de uma meliponicultura solidária, ética e para todos.